terça-feira, 24 de agosto de 2010

Aquele sol queimando o meu rosto e, como ninguém no mundo o faria, você percebe e me oferece alforria; Protege-me com o teu chapéu. E eu tô assim tão mansinha, com flores no vestido e saltinhos no andar. Um sorvetinho pra dividir e adoçar... Quando quero consigo voltar a ser criança e isso é bem melhor do que se pode imaginar. Você com essa mania linda de me cuidar tão bem, de me colocar no bolsinho... e eu até finjo que sou tão delicada assim, as vezes só pra não deixar passar.
Pouco a pouco fui mudando minha forma de ver (Talves os óculos tenham auxiliado neste ponto)... Agora é tudo no detalhe. Valorizo a coisa toda: Dar a mão pra apoiar, tirar folhinha do cabelo, cantar... Até o momento do silêncio é bom, se você tá de companhia. Mesmo que seja só lendo no cantinho enquanto o outro se aprimora ou vigia. Eu? As vezes prefiro vigiar. Te olhar em silêncio, de cantinho... de rabo de olho pra não assustar. Admirando você e as tuas farrinhas ao som do teu circo que aagora é nossa alegoria.
Tu tem me feito tão feliz rapaz, que sou até capaz de assoviar agora.

Também tô cantando de um jeito... e é muito culpa tua! Me levantou daquele cantinho.
Quer saber mesmo? Foi quando tu me deu o empurrãozinho que faltava: Me tirou pela mão e me fez dançar. Agora eu não paro mais. Tô me sentindo girando e girando embaixo do teu braço, sob aquela luz amarela de cantina, o teu perfume e a cervejinha. Tô também com um sorriso de canto em canto do rosto e uma flor na bainha. Não deixo mais de chacoalhar. Continuo girando e ritmando a tua valsa com a minha panderola pra te animar...

Tô numa felicidade doída que só vendo.

Confesso que eu tô até me acalmando... E a minha força tem sido ímpar aqui dentro. Tudo porque tem um beijinho que me consola, um calor que me apavora, uma braço forte que me acalora agora, a noite toda.

(Tá bem ruim né? calma, a intensão é que vale.. mas depois melhora).

domingo, 15 de agosto de 2010

A vida é um filme - Nas lentes de um óculos amador.

Óculos fazem a diferença. Estou com a visão embassada ultimamente e, preciso enxergar melhor.
Conto que, para mim, a beleza desta vida está nos minuciosos detalhes e, sem um bom grau, como se pode enxergar? É por isso que comprei óculos transparentes. Não, eles não tem grau... segredo: o meu problema de visão não é fisíco mesmo. Oculos grandes e grossos são a forma que encontrei de me perceber melhor, de me deixar ver. Eles, pesados no meu rosto, me lembrando sempre da sua existência nos espelhos e na panorâmica do meu olhar, me fazem lembrar que, esta vida serve para ver e ser visto ( Diga-me quem na rua não nota óculos tão grandes? certamente, quem também precisa de um). Estes novos companheiros me forçam a me deixar ser observada, calculada, notada pelos outros que têm olhos nas esquinas, nas ruas, nas lojas e, além de me expor, me faz ver com outros olhos esta medéia mundana. Me fazem procurar a beleza, a dor, a sensação. Me fazem lembrar de observar o mundo, contemplá-lo com brilho na íris ou lágrimas. Qual o problema? todos que assistem e participam tomam as sensações com devida proporção. Me lembra que notar, sentir e participar é crucial.
Este objeto tão simples pôs os meus olhos na posição de observador, de câmera, de personagem ativador da minha própria vida. Não que já não o fizesse e nem que já não fosse mais, pelo contrário... Ele extende essa proporção de beleza que a mente pode criar, causar. Pode ser loucura mas, sabe, outras pessoas deveriam usar óculos por esta função (ou por outra razão, porque não?)
Correndo atrás de tudo assim, neste caos e nestas dúvidas, é dificil sempre parar pra relaxar...
Mas estas lentes, ahhh estas lentes.. olhando através dela, saio da zona, tomo fuga. Sento e me torno espectadora da vida, diretora, escritora, o que quizer! e lembro que, isso tudo, é realmente só um filme de nós, sobre nós e.... Para nós.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

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-É, a noite está bem gelada. Mas confesso ilesa que, apesar de sentir as mãos congelando (por serem elas as únicas partes do meu corpo descobertas de lã) eu gosto dela.
Sabe, acho qu'eu gosto por que combina com essa saudade... Ah sim senhor! é, também combina com esse café fumegante e o cigarro de praxe.
Acho mesmo é que combina comigo, esta e outra qualquer noite de inverno, principalmente quando chove e não se têm que sair de casa, assim então, é bem melhor; Mas melhor ainda quando se está naquele belo bairro, depois de um belo dia, e o quarto verde-vermelho fecha as suas portas para o mundo, definitivamente. (Só se abre a janela para que não acumule fumaça de cigarro). E então, acontece aquela magia deleitosa e prazerosa na qual não ouso me conter: algo lindo é que aprendi a me entregar por inteiro. Sorrir, fazer careta, cócegas, dançar como um irlandês ou como negros de New Orleans, quando se põe o jazz. E aquela vontade gostosa de cair nos ombros dele e assistir besteiras. De comer a noite inteira e, como ele já sabe, deixa tudo pronto e a cerveja na geladeira. Brincar e cantar feito criança, cansar. Cair no sono de levinho... e.... trimm-trim! Nossa já são três horas da tarde? vamos comer?
- Vamos fazer música?
-E preguiçar.
-Bom dia pequena.


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PS: Por gostar de adornos, meus textos nunca chegam a um fim.