-É, a noite está bem gelada. Mas confesso ilesa que, apesar de sentir as mãos congelando (por serem elas as únicas partes do meu corpo descobertas de lã) eu gosto dela.
Sabe, acho qu'eu gosto por que combina com essa saudade... Ah sim senhor! é, também combina com esse café fumegante e o cigarro de praxe.
Acho mesmo é que combina comigo, esta e outra qualquer noite de inverno, principalmente quando chove e não se têm que sair de casa, assim então, é bem melhor; Mas melhor ainda quando se está naquele belo bairro, depois de um belo dia, e o quarto verde-vermelho fecha as suas portas para o mundo, definitivamente. (Só se abre a janela para que não acumule fumaça de cigarro). E então, acontece aquela magia deleitosa e prazerosa na qual não ouso me conter: algo lindo é que aprendi a me entregar por inteiro. Sorrir, fazer careta, cócegas, dançar como um irlandês ou como negros de New Orleans, quando se põe o jazz. E aquela vontade gostosa de cair nos ombros dele e assistir besteiras. De comer a noite inteira e, como ele já sabe, deixa tudo pronto e a cerveja na geladeira. Brincar e cantar feito criança, cansar. Cair no sono de levinho... e.... trimm-trim! Nossa já são três horas da tarde? vamos comer?
- Vamos fazer música?
-E preguiçar.
-Bom dia pequena.
-
PS: Por gostar de adornos, meus textos nunca chegam a um fim.
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