Dois corpos tranqüilos estão deitados no vasto campo, com os olhos para cima:
-O que vê?
-A eternidade! Ela brilha em cada estrela, aprofunda os cosmos, constela constantemente para ver-te sorrir, não vê?
Ele sorri, e os olhos se transformam em duas pequenas estrelas castanhas.
-Dou-lhe as estrelas, a lua e o que mais desejar pra ver outros destes teus sorrisos infinitos... o universo que te contempla, sempre tem esta incrível façanha: consola como ninguém... Neste céu longo e profundo que habitamos, nos faz sentir pequenos e distantes, sozinhos e vazios, mas ainda sim, consola. É como perceber a própria grandeza só olhando e imaginando o resto do universo!
Ele era capaz de sentir-se céu.
-O campo em que estamos? A terra. Entranhando tua glória até as raízes. Teu cabelo aflora, teus braços e pernas têm raízes tão intermináveis que quando anada, e nem as percebe... Mas se soubesses como são enormes e densas, e qual o ponto que te ligam à esta bela terra...aaahhhh, nunca saberíamos...
Ele abriu os braços e sentiu-se imenso, com o céu a lhe completar.
-Mas... Mesmo quando o céu não for imenso suficiente para te fazer voar, ou o campo tão profundo para finca-lhe à terra, e mesmo quando as estrelas não te derem mais um riso, eu estarei aqui, tão humana quanto você, pra contemplar a simplicidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário