domingo, 25 de janeiro de 2009

Sem paciência para adornos.

Sem paciência para adornos. Farta-me o corpo sofrer ainda mais.
Solto as borboletas dos cabelos, as mariposas antigas dos olhos. Os meus braços abertos, transformam-se em asas! Jogo-me solta, leve, vazia de todo mundo. Das minhas pernas, lagartos de belas escamas luzentes, traçando longos caminhos, transpondo o tempo. Não há tanto medo do juramento ou do perjúrio, assim como não há mais chão suficiente para meus passos... resta-me, em meio o vazio imerso, uma angústia, uma alfição. O tormento de perder o que nunca se teve.
Cobiço arrancar-me o nada do peito e lacerá-lo, se, o nada palpável fosse. Arranho o corpo... Nada lastimo, a não ser a perda de não sentir nada. A dor corpórea não me causa mais reacção... ainda sim, as feições são as mesmas. Extendo-me, largo-me no buraco negro do mundo para perder as sensações vis... elas não me cabem mais.
Busco-me existência, se é que há. Uma palavra :Sentido.
Há uma insanidade ainda maior dentro do meu corpo.
Desejo estar pronta para descobri-la.

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