quarta-feira, 17 de junho de 2009

Ninho de lagartas.

Cheiro forte de láudano nas cobertas e nas almofadas... é por isso que acorda.
Abre os olhos, e entre vertigens encontra a face esgotada do tingido e velho homem que agoniza, na verdade, dentro de si mesma. A alucinação de um ser exterior lhe causa náuseas e uma terrivel insonia.
Por que bate tanto esta maldita janela? madeira com madeira, pungentes relinxando... parecem fazer de proposito para atrodoar-me a enxaqueca.
A esta dor de cabeça... as estrelas entram no quarto como guisos, mas são incapazes de iluminar mesmo que apenas uma fresta daquele quarto sombrio.
O corpo não é mais tão altivo, nem os cigarros parecem gosto elegante.O café amarga e o corpo dele ao lado é repugnante.
Até mesmo o som fatigado e rouco da própria respiração lhe farta, lhe cansa.

Ninho de lagartas.

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