O alimento nu sobre mesa ainda geme... Treme constante a angustia da falta do meu ao lado do seu...
O corpo úmido e gasto transparece a beleza dos olhos, dos fios de cabelo e das partes naturalmente moldadas... O tórax desenhado, a entrada do ventre... As entradas das coxas. Os músculos contraídos pedindo descanso, a mente exacerbada clamando mais um gole do que antes lhe entreguei. Os olhos não mentem, por mais dissimulados que lhe pareçam, demonstram cada vontade dos seus caminhos permeáveis.
Um cigarro aceso descansando ao lado das pernas, as nádegas formadas, cobertas por um deleite da mão esquerda, propositalmente decaída um pouco a frente dos lençóis frios, insinuando a minha frágil ausência na cama, além do tempo necessário.
A boca seca sussurra débil e ardentemente:
“Retour”.
Entra pela janela o sublime frio daquela cidade.
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