Na lama profunda daqueles olhos despedaçados, eu, primeiramente, como todo narcisista, me reparei. Dentro deles proprios, encarei a fundo os meus proprios olhos antes de tomar coragem de ver os dele puramente. E então, percebi enaltecer no largo profundo a sensação altiva de delírio imenso, submersa à todas as qualidades de loucura que a alma humana é capaz de aflorar, criar sem medo raízes e ligações infinitas entre a realidade e a ilusão.
Mas há certo perigo: A ilusão é uma mulher belíssima, tem vida e comanda a si mesma como um ser manifesto em carne, em carne podre. Ela rasteja entre nossos pés com serpente, não! como verme e vai subindo, ajoelha-se tomando conta de tudo que lhe é visível e cada vez mais e quando se levanta, com a planta dos pés no chão, é o fim e não há como correr. O abraço da ilusão é eterno se não for esperto. Um simples contato torna pancada e ela penetra no canto mais secreto da mente que se pode imaginar, lugares onde nem você mesmo permeou sequer uma maldita vez naqueles dias mais cheios de toxinas para diversão, toma conta de todo o resto e então você é só mais um grão de poeira nas linhas da palma de sua mão pálida.
Quando percebi-me delirando tanto, algo me gritou e as sensações tornavam-me ao inverso até que então me vi refletida, novamente, nos puros olhos castanhos daquele doce garoto quieto.
Isso, caro leitor, foi o primeiro espasmo do amor.
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ResponderExcluirnossa candy! está perfeito...
ResponderExcluirdisse e reafirmo vc brilha muito*---*
Delirante como um tiro certo no alvo!
ResponderExcluirbelissimo texto moça! *-*