O gosto suavemente amargo da casca lisa daquela maçã, me reçoava como uma lembrança límpida daquela manhã adoravelmente chuvosa de pleno inverno:
Como insensível à todo o resto, passeávamos de um lado à outro do quarto, com nada nos corpos ou ao máximo uma camiseta cumprida para cobrir o necessário (porque haveria de ser necessário cobrir-se?), com nossos cigarros e copos pequenos e largos de alcool perfumado latente e nossas bocas cheias de falas inspiradas e saliva, saliva trocada e a própria saliva por todos os cantos da boca misturando-se naturalmente ao gosto dos cigarros e da bebida do outro.
A junção foi forte e perene.Nos sentíamos altamente confortáveis em nossa carne, O sulficiente para me deixar estasiada e tagarelante, acoando-me em cada canto daquele doce quarto, me atordoando da melhor forma de tudo que via. Ele, ao mais tardar, tipico de suas ações, preferia comemorar o acontecimento em si mesmo, e revelar-me os sentidos apenas pela janela dos olhos (daonde saia a grande luz- fonte mágica do pós acontecimento). Intacto, como uma bela fotografia charmosa de 70, encostado na pequena mesinha pregada à parede, tórax magro e bem demarcado por exercícios e cansaço, aliviavam-se às custas de vários suspiros seguidos com seus cigarros (acesos um após outro, rapidamente com a própria brasa do anterior) e seu whisky barato que era absurdamente belo e combinava com o tom da pele arrepiada que mostrava demasiado agrado por estar ali, admirando-me.
Ao engolir o pedaço macio daquela maçã, apreciei os fatos como se não houvessem havido fim, e agraciei-me com um velho sorriso vermelho, já conhecido, lá no fundo da àgua dos olhos.
Simplesmente magnifico *-*
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