(...) Essencialmente ao mesmo tempo depois de alguns meses gaoroósos,TUDO, se tornou individualmente mais...profundo. As vezes eu me cubro da mais negra seda e me esqueço da vida calorosa que somos capazes de levar e conservar. De todas as garotas divertidas com quem ja convivi, dos amigos soltos como bichas nas ruas de boas madrugadas e de qualquer comprimento, aqui e ali.Dos garotos me oferecendo bons fins de tarde encharcados de cerveja e assuntos insignificantes, da atenção que dávamos às pessoas, uma após outra, desfilando suas riquesas e pobresas individuais, ' o que estaria por tras daqueles olhos arrogantes de pessoas apressadas no centro da metrópole?' . Das canções em grupo.Sim, até mesmo de amores eu já me esqueci. Me oculto pra fugir de algo e me expor para um outro que já me apavorou ainda muito mais que essas multidões tocáveis. Eu me tranco. A velha história da Esthesia presa numa garrafa aqui dentro, não é mera ilusão. Pra quem convive com isso dia após dia, torna-se até palpável.Hoje, sinceramente, essa coisinha não me apavora mais..na verdade, até que me agrada.
Tão palpável que entrei em mim mesma, tomei a garrafa do seu fardo esconderijo e a abri com certa violência. E desde então eu não vivo sem ela e suas questões silenciosas de auto-conformismo e loucura. Eu não vivo mais sem esse meu lado, que, por anos, procurei fugir, esconder-me como um bichinho indefezo sem mãe. Hoje, é dessa companhia que mais me agrado. Ela, falando dentro da mente, quase que incessantemente até minha ultima letra.Confesso: interrompe à fio meus dias; Presa em mim, quase não sou capaz de integrar-me a ninguém. Quase não me dilacero mais entre as pessoas pra dar-lhes algo de mim (e é só disso que sinto falta).
Ela está tomando uma parte cada vez maior. Essa coisa ainda vai me engolir por inteiro, de uma vez só.Uma maldita bocanhada, 'nhac' e é acabou.
Motejador: Como Burroughs e seus ânus poéticamente famintos.
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