sexta-feira, 17 de julho de 2009

Definha os musculos magros descolando-se um por um do esqueleto espesso.
Procura pela poeira... é tarde: hora de comer.
Ela rasteja, vagarosamente, não por desejo, mas por impotência. Eis então o motivo do seu desespero: movimentar-se com mais perspicácia é de que depende a sua vida.

Granhidos e gemidos ralos e arranhados, forçados pelo desespero do ronrronar sonso e cruel do próprio estomago.

Dilata e te lateja os olhos.

" O monstro que há por dentro, o ser que dói aqui no meio."

Hora espasmo, hora dor.
Contando mentalmente os chutes pungentes das pernas cartilagenosas no meio da barriga, à alcançar por dentro o intestino.
Abre a boca e solta a pasta verde que lhe seca a garganta, passa a lingua viscosa pelo chão lixante caçando alguma grama de poeira que lhe possa cobrir de leve o estômago. Poeira não há, nada. N A D A.

A pele descascada não serve para protejer-lhe, sequer respira agora.
Seca, sem o liquido dos insetos nas entranhas ou nos fios e poucos pelos. Tão necessários.

Agonizar e lamentar a própria existência.
Ter pena de si próprio é o primeiro passo para aquele... o pior de todos os fins.

Eis a dor pungente de estar definhando só, até a queda da ultima ruína.

Nenhum comentário:

Postar um comentário