O peso morto,
O peso solo,
O passo farto,
A carne morta,
O corpo ralo,
A estirpe podre naquela terra fraudulenta
O assoalho em pedra, escavado à pás lentas.
Morto solo no meu quarto...
Moribunda a resta vida
Torturada pela enguia rapida que salta nas costas, de porão em porão da coisa inerte.
A coisa...
A coisa...
A coisa abre a boca profunda do estômago raso em pó e aço
em puro e osso
e alça o arpão, que vem do ventre e rasga o aço, queima o pó e cheira o raso.
Cheira o raso e eis a fome.
Surge em cola e poço, eis, fome:
o desejo inutil de consumir novamente o teu desgosto.
Engolir o teu esforço
Cuspir à toa a tua fraquesa.
Me venha à tona,
e queime a outra.
Aquele resto esquecedisso que te falta
que te mata
que te sola.
Ah, solidão...
A S O L I D Ã O.
A solidão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário