sexta-feira, 17 de julho de 2009

O peso morto,

O peso solo,

O passo farto,

A carne morta,

O corpo ralo,

A estirpe podre naquela terra fraudulenta
O assoalho em pedra, escavado à pás lentas.

Morto solo no meu quarto...

Moribunda a resta vida
Torturada pela enguia rapida que salta nas costas, de porão em porão da coisa inerte.

A coisa...
A coisa...

A coisa abre a boca profunda do estômago raso em pó e aço
em puro e osso
e alça o arpão, que vem do ventre e rasga o aço, queima o pó e cheira o raso.

Cheira o raso e eis a fome.

Surge em cola e poço, eis, fome:
o desejo inutil de consumir novamente o teu desgosto.

Engolir o teu esforço
Cuspir à toa a tua fraquesa.

Me venha à tona,
e queime a outra.

Aquele resto esquecedisso que te falta

que te mata

que te sola.

Ah, solidão...

A S O L I D Ã O.

A solidão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário