O primeiro copo na beira do asfalto alarma o inicio da noite. Ele, anunciando a primeira gota ao desvio, prepara a saliva e equilibra-se com garrafas no meio fio, dançando por entre as pedras e copos, jogando o liquido em cada um deles, jorrando à litros pelos espaços.
Os cabelos ondulados confrontando com a cor da noite... Os olhos disputando atenção com as estrelas.
O bom rapaz de uma doce cidade, quase vilarejo, perto de montanhas onde brotavam flores de todas as espécies e cores, nos dias primaveris... E reproduzia cores levemente agridoces no outono, vistas facilmente de todas as janelas.
Fez de um pequeno pacote, mala. E sua entrada para qualquer mundo eram algumas notas, cigarros cheirosos e licores da antiga cidade. Para bastar-se ali, transformando a beira da auto-estrada em celebração, tirou a gaita do bolso da jaqueta escura. Bastava-se por completo; nada mais havia de necessário, assim como nada mais havia de abatê-lo.
As notas ecoando pelo velho caminho, seguindo soltas pelo infinito acima e abaixo, e até o ultimo vestígio de estrada.
Acompanha-lhe a poeira erguida pelos carros imundos, as estrelas que brincam de disputar beleza com seus olhos.
Esta era uma belíssima noite para vadiar.
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